Com as incertezas da economia no Brasil e com o aumento do desemprego devido à pandemia do novo coronavírus, uma queda nas matrículas, além de abandono e evasão, pode ocorrer no ensino superior, já que quase 80% dos universitários são de rede privada. Segundo a Associação Profissional das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de SP (Semesp), as áreas de engenharia civil, mecânica e produção, técnico em informática, administração, contabilidade e publicidade e propaganda são as que apresentam maior evasão.

O percentual de alunos que abandonaram a faculdade entre 2017 e 2018 cresceu de 27,5% para 28,8%. Os dados entre 2019 e 2020 ainda não foram divulgados, mas de acordo com o economista Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, estima-se que este ano seja de 35%. Essa porcentagem equivale a 461 mil alunos que podem desistir de instituições de ensino superior, entre centros de educação tecnológica, faculdades, centros universitários e universidades, levando a consequências como a falta de mão de obra qualificada no futuro.

Segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), 42% dos universitários afirmam que há risco de desistir do curso, e com o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de novembro deste ano para janeiro de 2021 (com resultados somente no final de março), ao menos 3,5 milhões de estudantes podem deixar de ingressar no ensino superior privado.